sexta-feira, junho 30, 2006

Autocomiseração

Sinto-me a esandecer... Pede-se a colaboração dos que me leem, não sei de que forma poderão auxiliar, não tenho filhos para alimentar, acabei de comer um belo abacate recheado de açucar, não sou espancada pelo marido, estou deitada na cama confortavelmente... isqueiros só os uso nao vendo, nem penso rápidos, nem tão pouco desodorizantes rascas para os carros! lavar vidros dos carros nem o do meu quanto mais! Mas por favor uma ajudazinha para a pobrezinha...

sexta-feira, junho 23, 2006

Já a minha avó era escatologista...

Acordam estrumunhados, passam a mão pelo escroto movimento contínuo com o rodar 90º da cabeça. Olham orgulhosos para as esposas que dormitam ao seu lado com secrecções oculares amareladas e um fio viscoso que lhes escorrem das comissuras labiais. Num impulso beijam-nas higienicamente. Levantam-se e ainda com a vulgar erecção matinal dirigem-se à ampla casa de banho para urinarem.
Eu acordo estrumunhado, coço os tomates ao mesmo tempo que procuro sons, movimentos, calores humanos... Apercebo-me que tenho baba a escorrer-me até ao pescoço e que as remelas mal me deixam abrir os olhos! Levanto-me tropegamente, beijo-me ao espelho e por não ter tusa do mijo opto por vomitar... um vómito espesso, coalhado numa sanita com restos dos despojos da noite anterior!

terça-feira, junho 20, 2006

Puta Sentimental - uma serenata ao luar!

Sentas-te ao meu lado. Pões-me o braço no ombro. Beijas-me a face!
Sorris-me. Afagas-me os cabelos. Falas-me do teu passado. Sonhas alto.
Contas a estrelas. Fazes-me festas para adormecer.
Gostava de te sorrir quando me dizes: és bonita. Gosto de estar contigo
Gostava de me sentir estremecer de cada vez que contornas os meus olhos, nariz, boca com os teus dedos, olhas-me como ouves o mar...
Deito a cabeça no teu colo e digo: sou egoísta! Porquê perguntas tu. Respondo baixinho: porque vou fazer-te mal... o teu sorriso alargar-se enquanto pronuncias um sim divertido!
Consegues perceber tudo o que te digo?! Entendes a força pouco entusiasmada com que te abraço?!
Só um ego: O meu!
Gostava de te dizer que sim que iremos de férias para Austria, ao volante da carrinha que adoras... Mas eu vou de férias com um imbecil, com um lobisomem, com um puto com ar de parvo, com um betinho, com um velho pobre hipocondríaco, com todos menos contigo!
Tu que me guardas debaixo do teu braço, tu que me ligas a perguntar se estou bem, que me dizes que pensas em mim, me alimentas, me hidratas, massajas, mimas, afagas!
Todos menos tu... a ti dou-te o que de menos valor tenho...
E amar porra?!
Que fiz eu desse verbo?!

segunda-feira, junho 19, 2006

Eu?! Desde ontem. E tu, há quanto tempo não amas?!

segunda-feira, junho 12, 2006

Distraídamente

Cheguei a acordar naquela noite em que todos dormiam...
Todos?! Não... 6 olhos felinos observavam a minha aparente mobilidade.
Cheguei a acordar nessa noite.
Levantei-me distraidamente, da mesma forma como que bebi a àgua do cálice sagrado.
Voltei a deitar-me.
Não cheguei a despertar, acordei mas não despertei para o brilho no olhar daqueles gatos, que deveria ser o meu...
Não despertei para a aragem que se fazia sentir fora do afago do edredon, para o calor da pele depositada ao meu lado.
Não despertei para a luz da lua nova que certamente me iluminaria o espelho da alma...
Naquela noite não senti o frio dos azulejos enquanto caminhava.
Acordei, voltei a adormecer distraídamente, como os meus indicadores imprimem a força necessária para registar esta sensação...
Quando acordei já o sol ia alto, o calor iluminava-me o corpo.
O odor pesado do último cigarrro que fumara lembrou-me que chegara a acordar naquela noite, mas não despertei.
Tudo tinha partido para outra noite.
Resta-me o aroma pesado do último cigarro que fumei naquela noite que esperou que eu despertasse mas eu apenas acordei...

sexta-feira, junho 02, 2006

Borró!

Tenho muito para te ensinar...
Sempre tiveste, mas não gostavas de ti.
Eu era o baluarte da rectidão moral.
Descobrimos o contrário.
Não gostavas de ti.
Deste-me um estalo.
Puta!
Acenei que sim, levantei-me.
Espanquei-me até ao choque hipovolémico.
Ligada aos ventiladores durante anos...
Acordei, lembrava-me de tudo.
O mundo mudara à minha volta.
Não conseguia andar, os músculos tinham esquecido a sua função!
Fisioterapia, aulas de sociologia, psicologia e de boas maneiras
Má aluna...
Abracei-te hoje!
Gostas de ti.
Não sou baluarte.
Abracei-te hoje com a intensidade com que te abracei quando me ensinaste a andar de mota.
Com a alegria com que que te vi a alimentares o cão a mousse de chocolate.
Com a jovialidade das tardes de praia.
Das canecas de cerveja.
Abracei-te passados 10 anos e não senti a tua mão a latejar na face de puta.
Tu gostas de ti.
Eu não sou baluarte.
Somos agora como sempre fomos, diferentes...
Invejo o teu desprendimento.
Invejas o meu comprometimento.
Hoje, somos capazes de aprender...
Já não vais desafiar a morte para as linhas de comboio.
Desafias-te a ti!
Já não escondo a puta.
Santifico-me...
Abraço-T(m)e e fico feliz com este reencontro!
Está sol, os nossos cabelos emaranhados com o vento, sorrisos, gargalhadas!
Foi há quanto tempo?!
Eramos meninos...
E agora?!
Voltarás?!