quarta-feira, maio 03, 2006

Lamarck

Tudo se encontra estranha e desconfortavelmente calmo.

Ouve-se distante o rulhar de sons humanos, de vida. Sons tímidos, como que amedrontados com a ideia de serem descobertos!

Se te concentrares consegues distinguir suspiros... o que significam eles?!

Talvez: ahhh, que bom!

Ou então: ohhh, como sou infeliz!

Não sabes, está ausente a presença física que te permitiria desvendar uma fisionomia e postura de bem-estar, ou pelo contrário um esgar contraído e carregado de toda a litost do universo!

Os meus pés roçam um no outro. Consigo perceber o que me querem dizer...

E agora?! Perturbaremos a aparente calma da vida que se manifesta subtilmente, com o som pesado das passadas decididas e altivas de quem por orgulho não quer mostrar o quanto lhe dói continuar, ou integramo-nos nos murmúrios preexistentes e também timidamente caminharemos fingindo que nada se passou?!

Mais fácil, menos digno.

Os pés estão habituados a pouca dignidade. Há muito que sabem que caminhar sobre merda de espaços a espaços, é-lhes essencial para prosseguirem no trilho que julgam ter escolhido! Estão familiarizados com o chão, com as suas pequenas saliências que de quando em vez laceram a pele espessa e rugosa das suas plantas, que lhes provocam pequenos rasgos interdigitais. Dificilmente cicatrizam, trazem um ardor que se pode denominar por chateativo, ou seja: por si só não é muito incómodo, mas a sua permanência: chateia, porra!

Esta familiaridade com o solo, a não cisão com este, impede que os pés procurem alcançar outros domínios... Por muito que acalentem a ideia do polegar oponível, não o procuram por medo. Aquelas suas solas maceradas, os espaços interdigitais sangrantes... Em vez de se tornar oponível, o polegar cairia...

As suas colegas mãos ao observar as suas tentativas, achalos-iam ridículos. São pés e não mãos!

Que pretensão a de uns pés que se querem assemelhar a mãos! Tolos...

9 comentários:

dmns disse...

Vou fingir que não se passou nada.

José Manuel Antunes disse...

Desculpa a minha ousadia, andas muito filisófica, ou serás mesmo assim ??? (quando disses-te que eras pedagoga) ???

É que os teus últimos três postes não consigo perceber o sentido, e, não percebo nada de inglês.

Quanto ao Foxtrot, se fôr na Trav. de Sta. Teresa, 28 é o que eu frequentava aciduamente á 20 anos.

Beijinhos e obrigada pela visita

particula disse...

dmns: Como sempre não é?! é mais facil... és feliz?!

jmideias: Gosto de ousadia! Ousa!

Predenter ser uma pseudointelectual de merda, sim faz parte do meu caracter! :) Mas este estado tem dias... o que acontece é que gosto de metáforas, acredito no seu poder, embora poucos ou nenhuns resultados tenha visto na práctica! :P

Não percebes?! deixa tar... eu também não! quanto ao inglés vou procurar traduzir a música do post em baixo e vou postar nos comentários... vai ser um resultado lindo, vai! :D

Quanto ao foxtrot na verdade não faço a minima qual é a rua, se tentar la voltar sozinha, na certa não conseguirei!

Visito os locais que me põem nas nuvens... beijinho.

Jazz Manel disse...

Liberta o Lamarck, o Cuvier ou o Darwin que há em ti...and fly away!...

Naked Lunch disse...

inspirada... fantástico

Josué disse...

adoro pseudointelectuais de merda; não cheiram a bolor :)
além disso adoro falar sobre nada :)

José Manuel Antunes disse...

Se é a letra de uma musica, não vale a pena traduzires, pois não chego lá só de ouvido.

Podias também ser um pouco ousada de vez enquando e visitares a minha página.

Outra coisa nos meus tempos de vadio da noite havia um bar pequenino na R. da Esperança, nº 80 salvo o erro, onde se tocava musica ao vivo, também se o mesmo continuar como estava recomendo, aliás por lá passaram grandes musicos da nossa praça na altura ainda simples musiquinhos.

Já agora se queres ir sózinha ao Foxtrot, vai pela R. de S. Bento e em frente ao parque de estacionamento da assembleia existe uma rua à esquerda sobes essa rua pequenina e estás no dito.

Beijinhos e BOM FIM DE SEMANA

as velas ardem ate ao fim disse...

Lindo o teu bloggue.Escreves muito bem.bjos

particula disse...

jazz manel: é tão dífícil...

naked lunch: :) não é inspiração. Talves expiração!

Luis Olival: uso umas bolas de naftalina fantásticas! experimenta fazer malabares com elas, é divertidissimo! ;P
volta sempre que terei mais pequenos nadas...

jmideias: olha já tinha traduzido... vai lá ver!
eu visito...
jmideias a fazer serviço público! irei verificar esse bar.
Quanto às orientações, olha sou mesmo desorientada!
Fim de semana a trabalhar!
beijinho e aproveita tu o dito!

as velas ardem até ao fim: Obrigado! és bem vinda!