quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Refeições

Ligaste-me, como há muito não o fazias.
Estou deitada na cama a mastigar o querer mais, o não me chegar, o não ter nada.
Deitada com um pé caido para fora do colchão, como se o mastigar não fosse mais que outra forma de chamar a atenção.
Dei-te um beijo telepático no coração que não possuo. Recebo em troca, que tudo se baseia em trocas, um beijo na consciência.
Ligaste-me.
Falamos do porque de eu mastigar... já me tinhas dito que eu sou boa, porque me deixo eu mastigar? também mastigas, mas não és comestível!
Ligaste-me. Comemos durante momentos em conjunto. No passado esta refeição teria-me deixado mastigada, terias-me mastigado.
Mastigamos juntos e saboreamos a refeição em conjunto... Descobri antes de me ligares que já não te amo! Não te desejo, quero.
Quando me mastigavas eu desejava que me ligasses!
Ligaste-me e descobri: Amo-te tanto, és tão importante para mim, não te desejo, não te quero, mas gosto de partilhar refeições contigo...
Perguntaste-me: quando cá vens?! Hoje?!
Sabia-me bem... um abraço, uma conversa vadia, o fumo dos cigarros... a ausência do erotismo!
Ligaste-me, e senti-te aqui bem perto, bem dentro, bem meu... como nunca o senti apartir do momento em que o foste...
Havemos de mastigar muito com esta nova dentadura...

1 comentário:

particula disse...

SEI! sei... mas há paladares que se querem mastigados por inteiro, mesmo que depois a última amêndoa seja amarga...
És tu que me dizes isto todos os dias...