Acordo... estremunhada, remelenta os cabelos em desalinho.
Espreguiço-me lentamente e sem me mover muito... não quero alterar com o meu gesto o caos que me rodeia! Estou dentro de uma capsula térmica.
Olho para o lado: livros amontoados sobre uma pequena estante de metal povoada de folhas soltas e roupas de inverno usado.
No chão castanho mosaico, encontram-se beatas e vestigios de cinza.
Meias desencontradas também elas da meia que lhes falta para fazerem algum sentido. Este medo do frio...
Papeis indecifraveis devido à cerveja que se derramou sobre eles, a mala verde a um canto.
Os sapatos de sempre aconchegados pela última camisola rosa vestida. Ficam bem juntos, há coisas que fazem sentido... outras não.
Uma mão sobre o maço de tabaco vermelho, ninguém fuma ligth.
A minha cápsula, não a quero largar... quando sair daqui a ordem no caos desmorona-se... Não conheço outro caos.
Gosto deste quente.
Não me agrada o cheiro a cerveja e a sexo que invade este espaço... Mas conheço!
Duas baratas gigantes, capazes de voar, jazem no mosaico chão castanho onde ontem fumaram cigarros pós coitais.
Não vou sair daqui!
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
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4 comentários:
faz-me lembrara quando viviamos em macondo
Eu continuo a viver em macondo... é lá que renasço, Vivo, Cresço, Amo e morro...
Saudades de ter vontade de desaparecer... :) Não que não a tenha agora, mas era uma vontade partilhada de o mundo desaparecer e de o tempo parar... mais que não fosse para ter tempo de não entregar fora de prazo...
; ai cris sabes lá do que tens saudades... mas para tua informação: fora do prazo tem mais sabor... 17,30!
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