sábado, novembro 05, 2005

liquefeita...

Mais uma vez o inacabado, incompleto, a sensação de falta.
Estou em estado aquoso, fugidia...
Apetece-me morder, trincar, devorar e só consigo pensar nisso... doi-me o estômago!
Oiço-o a gemer...
Também gemeria se...
Apartir de agora só me terás em estado líquido!
Tens sede?! Bebe.
Tens fome?! Posso ser àgua para lavar as tuas feridas, sumo para a tua conhecida gula, leite para a tua juventude, gin para te tornar ébrio... os teus dentes não voltarão a morder-me! Se queres, bebe-me!
A comida serve-se quente. Tenho o termostato estragado.
O estômago não aguenta sólidos por muito tempo... vomita-os como se vomita o nojo de se ter existido...

2 comentários:

dmns disse...

«Não devemos rejeitar nem renegar o nosso âmago protoplásmico e é indispensável que mantenhamos a toda a hora um máximo de flexibilidade sem contudo cair no marasmo da liquefacção...»

particula disse...

dmns: a liquefacção não é sinónimo de marasmo... pode significar fluidez, mudança, fuga... sei lá! Pode ser marasmo é mantermo-nos liquefeitos... há quem o mereça!