quinta-feira, abril 07, 2005

amarelo

Amarelo: cor muitas vezes difamada... Cor da fome, da inveja, aquele está todo amarelo, provavelmente figadeira! Este outro tem um sorriso amarelo, deve ser é um cínico de merda! tens as cuecas todas amarelas, cagaste-te?! Os teus dentes estão amarelos quando é que deixas de fumar? As roupas estão amarelas, já pensas-te em mudar de lixivia?! e assim por diante... O amarelo injustamente, é frequentemente associado a factos pouco agradáveis... Contudo eu gosto muito do amarelo! O amarelo do teu sorriso envergonhado; o amarelo da tshirt que nunca usarei... O amarelo do sol na minha pele, o amarelo da minha escola primária; o amarelo do polén das flores; o amarelo da gema do ovo que tanto gosto de lhe juntar o amarelado do azeite; o amarelo doce dos frutos maduros... O dizer AMARELO, implica o enrolar da língua de uma forma deliciosamente obscena! Viva o amarelo, da alegria, da vida, da leveza, joie de vivre?! Aqui junto o amarelo do involcro de um rebuçado rosado como os lábios carnudos das crianças lambendo um chupa de cola! O amarelo envolvendo a inocência e a pureza rosada, mas insinuosa... A alegria e a leveza envolvem sempre o que de mais puro e genuíno temos dentro de nós, mesmo que por vezes seja uma coloração que possuí, ou que se deseja, pintalgada de alguma inocente malícia... rosa avermelhado... com o amarelo, a mistura obtida será laranja? Se assim for, a vida por vezes é uma laranja - de todas as variantes existentes - azeda, doce, seca, sumarenta, com caroços, sem caroços, com gomos grandes e carnudos, por vezes com gomos pequenos e tísicos, biológica ou até não, nacional, espanhola, do agricultor do porão... Tudo pró menino e pra menina! A especificidade é a pedra basilar da diversidade... através do específico torno-me desigual dos meus iguais!

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