terça-feira, janeiro 31, 2006

IPO

Hoje fui à inspecção...
Muito inteligente o senhor... Depois de me fazer acender os máximos, baixar-me, elevar-me, agitar, para, avança, roda e coisas afins, me informa com um ar solene: minha senhora tem a chapa de matricula deteriorada e o farol esquerdo mais abaixo que o direito!
Obrigadinho, caro amigo! desde sempre tive a chapa em mau estado e o farol esquerdo nasce-me uns milimetros mais a baixo que o direito... Está disposto a pagar-me a cirurgia correctiva?
Então não se meta onde não é chamado!

TDM (Transportes Dentro de Mim)

- Figueirinha, Figueirinha: Pista 1
- Porquê nunca mais indicam a pista de onde parte o autocarro verde para Não Doer?!

domingo, janeiro 29, 2006

Joie de Vivre

- Acorda!
- Hummm, não me apetece ta frio, deixa-me estar aqui enroladinha ao meu edredon laranja...
- Levanta-te, veste-te do mais quentinho e confortavel que tenhas e anda!
- hummm tá bem... No café de sempre?!
- Não! hoje vamos para à beira mar...
- Tá frio! Beira mar?! ó pá não sei... humpf! ok mas fica sabendo que vou rabujenta e não vou estar a fazer sorrizinhos idiotas!
- Está bem, já sei! a rabugice é uma das tuas qualidades....
E lá foi ela, a tremer de frio, com o gorro escuro pela cabeça, as luvas às ricas, a enxarpe esburacada e com mais peças de roupa do que gosta de sentir em cima da sua delicada pele. Quando chegou ja todos a esperavam... Os eternos atrasos! Cumprimentou a todos com o seu sorriso maquinal que em breve se tornou em gargalhadas novas! alguns minutos literalmente de conversa de café, mas que para entreter o frio serve... olham pelos vidros.
- É neve?!
- Não, é gelo!
- hummm, parece-me neve!
- vamos confirmar?!
Lá fora, no meio de um jardim com as suas arvores pintalgadas a branco, um tapete fininho de verde neve, o barulho do mar a bater contra o cais na esperança de se aquecer... Dançam, riem alto, abrem a boca para matar a sede... sentem-se crianças estupefactas a olhar para um céu que se quebrou e esta-lhes a cair sobre as cabeças! O Frio é menor que o entusiasmo... pelo belo, inesperado, pelo há muito não vivido...
É em momentos como este em que apetece agradecer às borboletas por nos fazerem enfrentar o frio que nos atravessa, voando sob as suas asas à procura de uma estrela...

sexta-feira, janeiro 27, 2006

coisas boas!

Estrago antes do prazo de validade acabar, com medo de não consumir antes e ter que devolver ao fabricante!

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Fotoelectricidade

A porta fica entreaberta... Na esperança de ver entrar um olhar sonhador, que só o é por excesso de luz directa.
A incidência de luz directa pode fazer brotar a arte que não se pretende... mas que existe, por isso cerramos os olhos, abanamos a cabeça e suplicamos: apaguem as luzes! Eu não quero arte!
Os artistas são todos estranhos, com manias estravagantes... pseudo-intelectuais de merda!
A porta está aberta, o feixe de luz impede que se feche contrariamente aos olhos cegos...
As portas querem-se abertas, são local de passagem. Funcionalidade intrinseca:abrir e fechar...Abre/Fecha. Compasso comandado pelos ritmos solares!
Queria aqui fazer arte... mas faltam-me imagens!
Sobra-me espaço... a camisola esta cada vez mais laça, deformada... Moldada aos meus contornos nos outros... os meus contornos incluem a diversidade de vestimentas... Nem só de roupa íntima vivo nos outros! A luz intensa também abre portas de antecâmeras! Células fotoeléctricas... podemos controlá-las?!
A porta fecha-se entalando-nos vestidos de branco sangue!

terça-feira, janeiro 24, 2006

Era uma vez...

Era uma vez, há muitos muitos anos uma cachopa que viajava na carruagem n.7 do Comboio Régua - Vila Real.
Aquele onde é possível durante a viagem deconfortável, longa, trepidante, colher cachos de uva pelo caminho!
São 5 da manhã a carruagem vai vazia. Deduzo que os outros passageiros das outras carruagens durmam... a cachopa ruminava! Ruminava pensamentos, dores...
Um passageiro passa por ela, deve ir ao wc. Na volta cumprimenta-a. A mãe avisou-a para ter cuidado com o lobo mau!
Será que é O Bicho disfarçado de gente?!
Tem cuidado mas cumprimenta-o...
Uma boa noite nunca fez mal a ninguém, nem aos bichos!
Continua a dirigir-se para a sua carruagem...
Neste momento sei que existem dois passageiros acordados, ela e o outro, bicho ou homem. Rumirá também a vida?!
Doi-lhe o corpo, a viagem tem tido alguns percalços!
Segundo consta não são percalços... é o habitual nesta viagem!
Tem fome. Está escuro... Sabe que existem cachos de uva lá fora, bastava-lhe levantar e ir apanhar um deles, depois voltaria para a carruagem e deliciaria-se com gordos bagos suculentos estendida no banco castanho da carruagem vazia. Mas não sabe escolher uvas... Está escuro para dificultar as coisas. Além de que nesta altura do ano é sabido que faz um frio de enrregelar o mais destemido dos homens... Quanto mais uma delicada particula de ser...
O passageiro volta. Terá uma infecção urinária?! quer lume?! quer roubar-la?! humm será que a mãe tinha razão acerca do lobo mau?!
O passageiro pergunta se se pode sentar... ai a mãe! noutras alturas teria dito: tem mais bancos, volte para a sua carruagem! levantar-se-ia e iria ela procurar outro lugar solitário, ficar a sós com a sua vontade de comer, o seu frio, o seu cú dorido ... principalmente para ficar a sós a ruminar, que a mãe também lhe disse que quem rumina são as vacas, e ela que não era nenhuma vaca, ruminava... mas que ninguém o saiba, a ruminação é como a masturbação...
Da sua boca saiu: pode, faça favor!
O passageiro disse que também tinha fome e frio e medo do escuro... táctica de Bicho velho?!
Falaram durante as longas horas da viagem, riram muito, para esconder o medo?! não sei! Falaram da existencia das uvas lá fora, que podiam sair e ir apanha-las... agora?! Está frio e escuro! O passageiro que tinha uns longos braços e umas mãos maiores que as do pai da cachopa, esticou-os o mais que pode para fora da estreita abertura da janela do comboio. Conseguiu, com a polpa cianosada dos dedos médio e indicador, apanhar um bago grande, gordo, mais tarde vieram a saber que suculento, de uva.
Mostrou-o à cachopa e ela Sorriu. Sorriu de contentamento na presença de um simples bago, e disse-lhe: coma-o mas conte-me como lhe sabe!
Ele Respondeu-lhe a fingir ar zangado: não, não o vou comer, vamos come-lo os dois!
- Mas é tão pouco! E foi você que o apanhou...
Era a vez dele sorrir enquanto partilhava milimetricamente o bago de uva com ela... coube 2 grainhas e meia a cada um!
Nisto terminou a viagem... mas a metade da graínha ficou alojado no 3º molar inferior direito, como recordaçao de um passageiro psicótico que pensava que era o lobo mau, mas que ela sabia que ele era o lobo triste a fazer figuras de palhaço mau!
Tudo isto porque comera 2 graínhas que lhe souberam que nem ginjas!
E viveram felizes para sempre a ruminar na solidão...
P.S : vai escrito a amarelo que é a cor das coisas que gosto!

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Seiva asfixiante

Vou morrer.
Envolta em fluídos cor baunilha pouco fluidificados... Vão tomar conta do meu corpo, encharcá-lo por dentro.
Vou inchar, inchar e não flutuar... são fluídos, não ar! Vai chegar o momento em que irão começar a surgir lentamente, escorrendo primeiro pela narina esquerda, depois invadem a outra. Começa-se a vislumbrar também desse fluído nos meus rebeldes cabelos... provenientes dos meus dois pavilhões auriculares!
Enquanto falo começarei a vomitar espessas postas de muco baunilha...engasgarei! Toda eu serei uma bola envolta em secreções, como um gelado frito mas sem fogo! tentarei fumar o meu último cigarro... todo o condenado tem direito a ele!
Não consigo... tenho as mãos coladas a viscoso baunilha... Come on baby, light my fire!

Cama 9

Veste-se e prepara-se para mais um dia de trabalho... sempre o mesmo, não sabe o que vestir.
E se depois do trabalho esbarra com o seu destino?!
Sorri... sabe que a sua linha da vida não se cruza com a do destino. Disse-lhe uma bruxa, uma daquelas que pertencem às ementas dos restaurantes, confiável portanto!
O destino ela conhece... a vida?! Essa parece-lhe envolta em tules... coloridos?! Tinha dias... hoje eram azuis. Azuis bebé (só conhece um bébe azul, por acaso caiu no goto, toda a gente conhece o azul bébe... )
Deseja ser chamada: colorida tola... hoje veste-se de bordeux vinho, tal como ontem. Na dúvida veste o mesmo! não se sentiu desconfortável ontem... pode sentir-se hoje, sob o toque da mesma cor?!
Sai à rua, não para matar alguém... pedem-lhe: tráz-me a faca. Quero morrer. Tou farta de viver!
Dá uma gargalhada: hoje não te mato... daria muito trabalho!
Morre comigo... Suplicam-lhe... não quero morrer sozinha! És tão bonita... Morre comigo! Os imperfeitos podem morrer... os outros não!
Tem uma mascara mas não se sente a batgirl, nem tão pouco... Tem um destino que não é esse!
O seu é morrer só amanha, quando lhe vestirem de preto, ninguém morre de alças verde alface no inverno!
Sente uma mão velha, tremula, a agarrar-lhe o braço, apertando-o e torcendo: Morre puta! Morre e leva-me contigo... Quer morrer! Quem solta gargalhadas merece morrer, por não lhe facultar uma faca metálica, que a ajudasse a viver!
Promete-lhe uma mascara de heroina francesa. Mata-se sufocando-se... Adormece. Amanhã pedirá que lhe tirem a mascara?! Que a deixem ser apenas humana?
Não morreram juntas, porque a vida quere-se vestida de solidão multicolor...
Volta para casa, acende um cigarro e não segura de nada, deseja vestir vermelho sangue para caminhar para uma morte assistida!

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Aviso!

Venho por este meio avisar a todos os incautos visitantes deste espaço, que ele não tem nada para dar... a sua criadora usa-o para exorcizar os espiritos malignos que a possuem frequentemente. Por conseguinte Mais uma vez informo, aqui só encontrarão melancolia, desepero, amargura, dor... quando pensam que estão a ler sobre sorrisos, desenganem-se... é apenas um espirito dissimulado que a possuiu!
Para verem borboletas a poisarem em narizes húmidos de gatos malhados, que susurrem enquanto beijam: existem andorinhas que voam... dirijam-se ao blog mais próximo... esse sim pertence a um país cheio de flores!

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Hoje

Hoje vou trabalhar.
Hoje vou sair.
Hoje é sexta feira.
Hoje é dia 13.
Hoje é lua cheia.
Quando sair do trabalho vou carregar no acelerador... quando surgir o lobisomem, quero estar ao volante, escolher a mudança necessária, travar perante o obstáculo, ultrapassar pela esquerda, olhar pelo espelho retrovisor e ver o condutor de trás a sorrir!
Quero isto tudo, mas não dentro do carro...
Quando o lobisomem surgir quero o meu decote vestido de rosa, as minhas pernas torneadas pela liga, a cintura marcada a corpete, as minhas unhas carmim.
Quando o lobizomem me vier abocanhar, quero estar a beber um blody mary, enquanto ouço uma cover do Bleed de Ben Harper.
Quero que a borboleta poise em cima do nariz húmido do Gato malhado e diga enquando o beija: existem andorinhas que voam!
Quero estar com os sentidos despertos... para me esvair em sangue imunocomprometido!
Amanhã será sabado e quero estar a dormir à hora em que escrevo este azar.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Não é cansaço...

Estou cansada. Não é um cansaço de alma, essa vai bem obrigada!
Não é cansaço físico: não me doem os músculos.
Tenho tantas coisas por fazer... olho para elas e adio, como adio as idas ao supermercado!
Tenho tantas coisas para fazer... olho para elas e adio, como adio o beijo que daremos!
Adio o beijo porque tenho que ir ao supermercado... e não vou!
E não te beijo!
Continuo com tantas coisas por fazer...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Simpatia

Veio ter comigo ao carro, acariciou-me a cintura: deves ser a particula, subimos?!
A mão continuou lá.
Sou simpática. A mão pesa-me como a minha cabeça. Estou irritada. Vou divertir-me, penso...
Sento-me. Bebo Alambre. Bebo Sagres. Bebo Pisagambon. Bebo dos três e só gosto do primeiro.
Há Ferreros.
Gosto de Ferreros.
Não há Ferreros para todos.
Chama-me para dividir,de forma desigual, ferreros na cozinha.
A mão voltou, a outra juntou-se-lhe... Desencontradas.
Volto para o sofá de 300 contos. Fumo. Fumo. Fumo. Há muito que não fumava. Gosto de fumar.
Bebo, fumo e rio.
Falam?!
Rio.
Toca-me enquanto fala.
As mãos movem-se.
Rio e gosto. Não me parece!
Beija-me.
Talvez. Bebo e fumo. Queimo-me!
Diz que sou uma sereia em chamas.
As mãos voltam com uma lingua no pescoço. O cigarro roça subtilmente no branco de 300 contos.
Bebo e rio, quero mais...
Julga necessário proferir uma jura: não se esquecerá de mim...
Bocas, mamas, costas, pernas, cona, peito, pescoços, linguas, barrigas, mãos, caralho, movimento, tesão e...
Preparo-me para sair. Quero beber e quero fumar.
Sou simpática...
Entram e riem.
Fumo e bebo.
Apalpa-me as mamas e faz-me tranças. Sopra-me o pescoço enquando pronuncia uma jura repetida...
Rio e saio.
A porta do carro fecha-se sonoramente. Penso em ti e em como tu também és simpático! O nosso maior defeito...

terça-feira, janeiro 10, 2006

O melhor de mim...

Monte de incongruências, defeitos, imperfeições, erros, enganos, ilusões, medos, dúvidas, amuos, birras, teimosias, preconceitos, mentiras, ironias, cinismos, hipocrizias, maldades (lista em constante actualização)... Exagero pérfido que eu tanto amo... EU!

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Sosia

Telefonas-me, queres que te vá ver.
Saio do trabalho.
Pego no carro, conduzo automáticamente por entre as 14 rotundas que nos separam.
Encontro estacionamento mesmo em frente.
Entro e pergunto por ti, encolhem os ombros.
Não te conhecem, não moras lá.
Explico-lhes que estão enganados.
Já lá estive contigo.
Já lá estivemos todos, em jantares de familia, em festas de comemoração, ou simplesmente por estarmos.
Nunca me viram, devo estar enganada, a fazer confusão.
Há pessoas que são muito parecidas.
Todos nós temos um sosia, possivelmente as familias também têm um sosia.
Regresso.
Percorro 4 rotundas e 2 triangulos.
O saldo do seu cartão é inferior a 5 euros!
Afinal quem ligou fui eu?!
Liguei para quem?
Com quem jantei?
Com quem dormi?
Com quem joguei?
Com quem fodi?
quem me expremeu pontos negros?!
EU?!
Impossivel... mas tudo leva a crer que possuo uma empresa de ficções!

terça-feira, janeiro 03, 2006

Ontem Senti-me a (Novamente) a Elooouquecer.
Hoje não Sinto.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

I'm Free Now?!

Ora foda-se! (repare-se: primeira asneira escrita neste novo ano...!) Basta por-me a cantar um bocadinho, a fazer as respirações no sítio certo, a não desafinar com a minha alva e doce voz melódica, para virem umas filhas das puta de umas vodkas dizerem-me: Não cantes de Galo, qu'inda agora a procissão vai no adro... Lá nessa loja de adros não havia uns mais pequenos?!
Ora foda-se!